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Arte para Turbinar o Foco: A Ciência por Trás da Concentração e Produtividade no Trabalho

  • Foto do escritor: Enoc Alma
    Enoc Alma
  • 9 de jun.
  • 4 min de leitura

Atualizado: 10 de jun.


colaborador focado no trabalho após programa de arte e bem-estar

No nosso primeiro post, exploramos como a simples interação com as artes plásticas, seja criando ou apreciando, pode ser uma poderosa ferramenta para aliviar o estresse no ambiente corporativo, um benefício crucial em um mundo profissional cada vez mais exigente. Mas as vantagens não param por aí. Além de acalmar a mente, a arte pode ser uma aliada surpreendente para turbinar o foco, a concentração e produtividade no trabalho, habilidades essenciais para a produtividade e a inovação.


Profissionais de RH e líderes buscam constantemente maneiras de otimizar o desempenho de suas equipes. Se o estresse é um ladrão de energia e clareza mental, a falta de foco pode minar a eficiência e a qualidade do trabalho. Como, então, as artes plásticas podem contribuir para um estado mental mais concentrado e produtivo?


Podcast sobre Arte, Concentração e Produtividade no Trabalho

Entrando em "Flow": A Arte como Portal para a Concentração Profunda

Você já se sentiu completamente imerso em uma atividade, a ponto de perder a noção do tempo e das preocupações ao redor? Esse é o estado de "flow", um conceito popularizado pelo psicólogo Mihaly Csikszentmihalyi. Ele descreve um estado de envolvimento total, onde o foco é intenso e a atividade flui quase sem esforço.   


Durante a criação artística, o flow se manifesta como uma concentração profunda, onde o indivíduo se sente um com a obra. Para que isso ocorra, é preciso um equilíbrio entre o desafio da tarefa e as habilidades da pessoa, metas claras e feedback imediato sobre o progresso. O trabalho produzido em estado de flow é frequentemente mais único e significativo, e a experiência em si é intrinsecamente recompensadora, gerando prazer e realização.   


Qual a relevância para o mundo corporativo? O "flow" alcançado através da arte tem um paralelo direto com o "deep work" – períodos de trabalho focado e altamente produtivo. A prática regular de atividades que induzem ao flow, como a criação artística, pode funcionar como um "treinamento" para o cérebro, fortalecendo a capacidade de alcançar estados de concentração profunda em outras tarefas profissionais. Embora os estudos sobre flow e arte  não meçam diretamente o impacto subsequente no foco em tarefas de trabalho, a própria descrição do estado de flow – com seu foco intenso e envolvimento sem esforço – é altamente pertinente.   


A arte oferece um campo fértil para os colaboradores explorarem e ajustarem individualmente esse equilíbrio entre desafio e habilidade, descobrindo suas próprias condições ideais de engajamento. Essas descobertas podem ser aplicadas às responsabilidades laborais, transformando o flow em uma habilidade cultivável e reacendendo a paixão e o prazer no ato de criar e se engajar.


Despertando a Mente: Como a Simples Presença da Arte Estimula a Atenção, Concentração e Produtividade no Trabalho.

Não é apenas o fazer artístico que beneficia a concentração. A apreciação passiva da arte também desempenha um papel significativo no estímulo à atenção e na redução da fadiga mental, um grande obstáculo à produtividade.

Revisitando o estudo de Law e colaboradores (2020), que analisamos no post anterior, a visualização de obras de arte de paisagens, após um estressor, não apenas melhorou o humor, mas também se mostrou mais estimulante (indicado pelo aumento do tamanho da pupila) e eficaz na redução da sonolência, em comparação com a visualização de imagens abstratas e embaralhadas. Isso sugere que a qualidade e o conteúdo da arte importam: obras que conectam com elementos naturais ou que são esteticamente envolventes podem ter um efeito revitalizador.   


A Teoria da Restauração da Atenção (ART), mencionada no contexto do estudo de Law et al. , oferece uma explicação. A ART postula que a exposição a ambientes naturais – e, por extensão, a representações artísticas da natureza – pode restaurar a "atenção direcionada", o tipo de foco mental que é esgotado por tarefas que exigem concentração intensa. Um ambiente de trabalho enriquecido com obras de arte, especialmente aquelas que evocam a natureza ou são visualmente estimulantes de forma positiva, pode funcionar como um "micro-restaurador" da atenção.   


Pesquisas sobre visitas a museus também indicam benefícios cognitivos e emocionais relevantes, como aumento da autoestima e redução da ansiedade  – fatores que indiretamente apoiam um melhor foco. Mesmo interações breves e online com exposições de arte demonstraram capacidade de melhorar o humor negativo e a ansiedade.   


A arte no ambiente de trabalho pode, portanto, funcionar como um "empurrãozinho" (nudge) ambiental, sutilmente direcionando os colaboradores para estados mentais mais positivos e focados. Para manter esses efeitos e evitar a habituação, a variedade e a rotação da arte podem ser importantes, mantendo o ambiente visualmente dinâmico e continuamente restaurador.

A interação com as artes plásticas, seja através da criação ou da apreciação, oferece caminhos cientificamente embasados para aprimorar o foco e a concentração, complementando os benefícios de redução de estresse que já discutimos. Essas não são apenas atividades prazerosas, mas verdadeiros investimentos na capacidade cognitiva e na produtividade sustentável das equipes.

No próximo post desta série, vamos mergulhar em como a observação de arte pode ir ainda mais fundo, aprimorando o pensamento crítico e a tomada de decisão em líderes e equipes. Fique conosco para descobrir mais sobre o poder transformador da arte no mundo corporativo!



Referências

 
 
 

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